Outro dia fui à missa e ouvi uma passagem bíblica interessante para os dias de hoje, onde o apóstolo Paulo escreve a Timóteo (1 Tm 2, 1 – 8) e recomenda que façam preces e orações, súplicas e ações de graças por todos os homens; pelos que governam e por todos que ocupam altos cargos, a fim de que possam levar uma vida tranquila e serena, com toda piedade e dignidade.
Precisamos realmente de preces e orações mas, antes de tudo, precisamos de eleitores alfabetizados e críticos, pessoas letradas que façam jus à democracia. Não de uma unanimidade burra que sirva de massa de manobra. Vemos escândalos todos os dias nas TVs e isso já é rotina, faz parte da paisagem diária, nem sequer conduz à reflexão. Aliás, alienados não refletem!
A culpa da corrupção é, antes de tudo, do povo que não tem compromisso com o seu país, com o lugar onde mora. Políticos não são seres alienígenas; são pessoas do nosso meio que escolhemos para nos representar e, infelizmente, escolhemos mal. Se são corruptos é porque a sociedade lhes ensinou, ou esquecerão que somos produto do meio? Reclamamos, e ao mesmo tempo, dizemos: “todos roubam”; “rouba mas faz”; “se fosse qualquer um de nós, também roubaríamos”; “o dinheiro corrompe”. É dignificante a sutileza do pensamento da massa brasileira.

Nas empresas particulares o controle financeiro é ferrenho para evitar desvios e tal prática é motivo de demissão por justa causa. Nas empresas públicas em sentido amplo, com tantos “donos”, a roubalheira é desenfreada, chega a R$ 40 bilhões anualmente. Assistimos essa farra de camarote, é claro, somos um país rico, portanto, podemos. A honestidade representa pequenas ilhas em meio a um oceano de corrupção. Dificilmente a encontramos.
É sabido por todos que a raiz da alienação está alojada na péssima educação. No entanto, o trinômio perfeito, que se torna imperfeito, saúde-emprego-educação, é degustado por todos os candidatos em seus programas. Chego a pensar que são palavras com sabor de mel. Falam de maneira tão genérica que nem sequer sabem por onde começar, caso sejam eleitos, ou como diz o adágio: “falam para a boca não feder”. E claro, sabemos que eles não farão nada pela educação, principalmente, porque não é primeiro plano na vida de muitos brasileiros. O que as crianças aprendem com isso é que podem conseguir as coisas, mesmo ficando deitadas em berço esplêndido, simplesmente com o jeitinho brasileiro. Pessimismo meu? Não. Lembro-me do senador Cristovão Buarque, quando candidato à presidência da república, que amargou 2% dos votos do eleitorado brasileiro. É esse o número que expressa a vontade de educar no dizer de Alexandre Garcia.
Caro Alexandre, você também não está sendo pessimista? Quem mais estaria, além de nós?
Arnaldo Filho é graduado em Matemática, especialista em Educação e estudante de Direito – FACDO.
prof.arnaldo_filho@hotmail.com
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